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26 de jun. de 2010

O que se vê


Olhando essa mão espalmada,

 vê-se uma aliança de ouro,

quase sem brilho, surrada.


Nessa mão que trabalha,

há muito, cansada, nem sequer atrapalha.

Foram momentos felizes

de um passado distante.


Hoje, nessa mão, mesmo fechada,

o que se vê são cicatrizes,

refletidas a todo instante.


Por uma vida a quatro paredes,

tendo o mundo todo lá fora,

deixou que o tempo passasse,

que de tudo se encarregasse.


Acreditou em destino.Viveu, simplesmente...

Mero desatino!


O tempo passou, o coração calejou.

Nenhum sonho sobrou.


Olhando essa mão espalmada,

 vê-se uma aliança, bem colocada,

e não se vê o coração

dessa vida, desacreditada!

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