2 de mar. de 2011
AVES SEM POUSOS/DEA
Percorro o território do teu corpo
e um ninho, um pouso busca a boca cega
salivando saliências e reentrâncias
que dás e negas, tão cheia de graça,
e és tão cheia de ninhos, só que pairas
em páramos que esboças pelo teto
quando descerro as portas que me trancam
o coração, e o coração já voa
também por outros páramos, por onde
como soltos no espaço nós soltamos
essas aves que em vão
buscam um pouso.
Palpitando Alucinado/DEA
Palpitando Alucinado
Não bateu inspiração...
O que me move
É esta enlouquecida paixão
Que dispara o coração
A cada suspiro de saudade
Quando aumenta a vontade
De encontrar os doces lábios teus...
E todo o meu corpo,
Palpitando alucinado,
Volta-se a esta saudade
Espreguiçando-se num cansaço
Só pra ter o teu abraço
Enlaçando apertado
Todo o desejo meu...
Teu Corpo Seja Brasa/DEA
Teu Corpo Seja Brasa
Teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo.
Um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo !
TEZÃO E SONETO/DEA
Enquanto segues em frente, |
Anônimo /DEA
Anônimo
Sou linda; quando no cinema você roça
o ombro em mim aquece, escorre, já não sei mais
quem desejo, que me assa viva, comendo coalhada ou
atenta ao buço deles, que ternura inspira aquele
gordo aqui, aquele outro ali, no cinema é escuro
e a tela não importa, só o lado, o quente lateral,
o mínimo pavio. A portadora deste sabe onde
me encontro até de olhos fechados;
falo pouco; encontre; esquina de
Concentração com Difusão, lado
esquerdo de quem vem, jornal
na mão, discreta.
VERMELHO/DEA
Vermelho....
Tua,
de seda e feno
no transe da metáfora
a fenda soletrada-sol,
vala de luz, vocabulário
Tua, folhagem.
O olho
alcança o Olho,
desce aos infernos:
sonha o cabelo da urna,
o vermelho
da cifra, a ferida
no centro da fogueira
Tua, tua.........