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25 de fev. de 2011

VOÇE.....Suzana M. Motta/DEA





Suzana M. Motta


Sei ...
só não sei porque
penso em você tanto assim...

Passo a noite em claro,
e seu rosto raro lembra o luar,
que penetra no escuro do quarto
pelas frestas da janela.

Olho os fios de cetim,
que cintilam no escuro...

Agora sei...

Sei porque penso em você tanto assim,
e adormeço feliz,
por conseguir saber enfim...

QUEM E A SAUDADE? SUZANNA MOTTA/DEA



Suzana Motta


Você sabe quem
é a saudade?




Não!? Pois é, nem eu.
Só sei isso...
ela é uma companheira implacável,
que não gosta de dar folga.
Quando aparece se esquece de ir embora,
e só vai se a gente faz o que ela quer.



Você sabe
o que ela quer?



Quem souber me conte,
pois a única coisa que sei,
é que quando ela aparece
algo começa a doer
lá no fundinho do coração.
Uma falta premente
que não se explica,
mas que incomoda muito.
Uma vontade de ter presente
a ausência que nos consome.



Como fazer
ela ir embora???






Fazendo o que ela quer,
indo ao encontro ou
trazendo para perto de nós
quem está longe.



Você, que é o motivo
da minha saudade,
mande notícias,ou
venha pra perto de mim,
pois meu coração está chorando
de tanta saudade de você.

DOA-SE UM CORAÇÃO Iraima Bagni /DEA







Iraima Bagni
(*Laur@)



Doa-se um coração.
Nele, você sente a vida pulsar,
O espaço é amplo,
Macio e quentinho.
Possui vários compartimentos
E abriga todos os sentimentos...
É um coração livre,
desprovido de trancas,
Com as portas sempre abertas
Para não sufocar...

Para ocupar esse espaço
E mantê-lo pulsando,
É preciso
Deixá-lo livre,
Saber Amar,
Compreender,
Desejar,
Observar,
Tocar
E compartilhar
As coisas simples da vida...
Essa doação é feita por tempo ilimitado.
Mas só será seu
Se souber mantê-lo, conservá-lo e amá-lo...

(Repasse com os devidos créditos)



ANJO CAIDO ,José Antônio Gama de Souza /DEA



José Antônio Gama de Souza



Tu dizes que sou anjo...
Talvez seja, quem sabe?
Mas... se fosse...
(Alertar-te se faz necessário)
Seria daqueles que caíram
Por vontade ou castigo
Pela esperança, motivados
De sentir as humanas expressões
Da Terra, atraídos pelo chão
Abandonando os etéreos espaços
As luzes e os celestes campos
Ansiosos por paixão.
Não seria daqueles anjos belos
Suaves, perfeitos...
E sim daqueles rudes, caricatos
Rebeldes, curiosos...
Confusos, tolos.
Talvez eu, um anjo fora,
Que por ser mais homem
Que anjo,
Preferira cair que subir,
E agora, que é caído,
Permanecer quer assim
Porque assim conheceu
O mais profundo sentimento humano
Aquele que tu, despertaste em mim
O que mais sentir faz
Todas as humanas sensações
E que saber me fez
Que um homem é capaz
De todas as angelicais percepções
O que o faz, mesmo que besta,
Um anjo!

BEIJO NOTURNO Suzana Motta/DEA




Suzana Motta




Esta noite você me beijou.
Chegou de repente,
tomou-me em seus braços.
Seus lábios cobriram minha boca,
possessivamente.

Eu, quase sem poder respirar,
tentava corresponder a mesma ânsia
que vinha de você, e
me fazia flutuar.

Aos poucos, senti-me confortável,
transportada a um mundo,
do qual não queria voltar.
Esse enlevo extasiante
dominou-me, e
quando estava plenamente
envolvida nesse longo beijo,
um suspiro prolongado acordou-me...
( para a realidade ).

CHORO DE MENINA Suzana Motta /DEA

Suzana Motta


Chore menina,
mesmo que seja de alegria.
Não tenha medo, nem vergonha,
de expor seus sentimentos.

Viva-os...
Um a um.
Sinta-os.
Deixe que eles a envolvam,
acalantem seu sorrir, seu penar.
Vibre com cada emoção,
não deixe simplesmente,
a vida passar...

Olhe em volta,
olhe para dentro, e diga:
Eu sinto.
Eu me exponho.
Eu estou VIVA !!!!...

Corações Solitários Amy* /dea


Corações Solitários
Amy*


Somos dois corações solitários
Em busca das emoções perdidas
Mas nunca esquecidas
Quando nos encontramos
resgatamos nossos sonhos mais antigos
Voltamos a ser adolescentes inconseqüentes
O desejo a flor da pele
A sensação maravilhosa
De ter de novo o coração batendo forte
Aquele desejo insano de ficar juntinhos
Aquela vontade louca do "quero, não quero"
A respiração ofegante
A umidade que pouco a pouco invade nosso corpo
As pernas tremendo
A respiração quase parando
A vontade de dois, se tornarem um
Mas chega a hora do adeus...até amanhã...
E nossos corações solitários
Já não estarão tão sós
Teremos um ao outro
Nem que seja em pensamento
Até o próximo encontro
.

24 de fev. de 2011

Herberto Helder Lisboa, Assírio & Alvim, 1995,Esta mão que escreve/DEA



Herberto Helder
Lisboa, Assírio & Alvim, 1995
Esta mão que escreve a ardente melancolia
da idade
é a mesma que se move entre as nascenças da cabeça,
que à imagem do mundo aberta de têmpora
a têmpora
ateia a sumptuosidade do coração. A demência lavra
a sua queimadura desde os seus recessos negros
onde se formam
as estações até ao cimo,
nas sedas que se escoam com a largura
fluvial
da luz e a espuma, ou da noite e as nebulosas
e o silêncio todo branco.
Os dedos.
A montanha desloca-se sobre o coração que se alumia: a língua
alumia-se: O mel escurece dentro da veia
jugular talhando
a garganta. Nesta mão que escreve afunda-se
a lua, e de alto a baixo, em tuas grutas
obscuras, essa lua
tece as ramas de um sangue mais salgado
e profundo. E o marfim amadurece na terra
como uma constelação. O dia leva-o, a noite
traz para junto da cabeça: essa raiz de osso
vivo. A idade que escrevo
escreve-se
num braço fincado em ti, uma veia
dentro
da tua árvore. Ou um filão ardido de ponto a ponta
da figura cavada
no espelho. Ou ainda a fenda
na fronte por onde começa a estrela animal.
Queima-te a espaçosa
desarrumação das imagens. E trabalha em ti
o suspiro do sangue curvo, um alimento
violento cheio
da luz entrançada na terra. As mãos carregam a força
desde a raiz
dos braços a força
manobra os dedos ao escrever da idade, uma labareda
fechada, a límpida
ferida que me atravessa desde essa tua leveza
sombria como uma dança até
ao poder com que te toco. A mudança. Nenhuma
estação é lenta quando te acrescentas na desordem, nenhum
astro
é tao feroz agarrando toda a cama. Os poros
do teu vestido.
As palavras que escrevo correndo
entre a limalha. A tua boca como um buraco luminoso,
arterial.
E o grande lugar anatómico em que pulsas como um lençol lavrado.
A paixão é voraz, o silêncio
alimenta-se
fixamente de mel envenenado. E eu escrevo-te
toda
no cometa que te envolve as ancas como um beijo.
Os dias côncavos, os quartos alagados, as noites que crescem
nos quartos.
É de ouro a paisagem que nasce: eu torço-a
entre os braços. E há roupas vivas, o imóvel
relâmpago das frutas. O incêndio atrás das noites corta
pelo meio
o abraço da nossa morte. Os fulcros das caras
um pouco loucas
engolfadas, entre as mãos sumptuosas.
A doçura mata.
A luz salta às golfadas.
A terra é alta.
Tu és o nó de sangue que me sufoca.
Dormes na minha insónia como o aroma entre os tendões
da madeira fria. És uma faca cravada na minha
vida secreta. E como estrelas
duplas
consanguíneas, luzimos de um para o outro
nas trevas.

Tédio FLORBELA ESPANCA.... /DEA



SEM MEDO A HAROLDO DE CAMPOS/DEA


A HAROLDO
DE CAMPOS


na
sobrancelha
.............um poeta
.............astronauta

.............varre
.............a
.............poeira

.............livros
.............a
.............secar

.............no
.............varal d’alma

em campos gregos
ceifa
sem medo

esculpe
signos
com
seus dedos

sozinho
lúcido
lutador
sereno


defronte
à vida

os ossos
...........devoram
...........a
...........noite


o tremor
da carne
na
-caixa de Pandora-
outro poeta


ressurge
louco
translúcido


cabelos
..........secos


boca
sem
dentes
ventre
crescente


procura
......os versos
perdidos
honesto
naquela noite
.....antiga

................nua


a caixa
............se abre
............no vazio
............um universo
............se faz
......................carne

na carne podre
...........carcomida
.....................treme
.....................um poema
.....................inconcluso


.....................espera
.....................paciente
.....................a sua hora

o poeta
..........seco
..... .....balança
...........ao vento

e nos olhos
............tinha

..................apenas
.........................um cisco

Abilio Terra Junior

ANA MAFALDA LEITE - 9 HAIKUS SOBRE A FLOR DA CEREJEIRA/dea

O desejo que em viço
os abriu

ainda os não beijou
Que estação os espera

agora que o verão em seu leve vento
os sela em rubor e silêncio?
cerejas
frutos vermelhos

provam os lábios

a doce doçura!
cereja
uma boca
a deseja
Meu coração espraia-se
com as ondas
perdido de si

Achei uma concha na areia em forma de coração
quem o perdeu foste tu

ou eu?
Eu que o achei
faço dele uma prenda

para que o meu agarre
e o teu acenda...
Afinal foram dois
um veio após o outro

quem sabe
se com saudade?
Cereja ou coração?

desejo e sabor

água na boca
em qualquer estação

22 de fev. de 2011

CANÇÃO Eugênio de Andrade /DEA


CANÇÃO

Eugênio de Andrade


Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da nadrugada.

Tu eras água.
Água do mar se te beijava
Alta tôrre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.

Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.

Mas do nome
que maio decorou,
nem a côr
nem o gôsto me ficou.

EEN LIED VOOR MARGARETHA David Mourão Ferreira/DEA





EEN LIED VOOR MARGARETHA

David Mourão Ferreira


Tu vens de terras de Holanda,
mas tens a carne morena,
E em vez da serena, branda
postura que o Norte manda,
teu corpo se desordena
à carícia, por mais branda...
Tu vens das terras de Holanda...

Eu venho de Portugal:
o mesmo é dizer que venho
de longe, do litoral,
e um sabor, no corpo, a sal
definiu meu Fado estranho.
Aqui me tens, donde venho:
eu venho de Portugal...

Trago nos lábios o Mar,
cheio de vento e de espuma...
E tu mo virás roubar!
- Ai descampados ao ar,
onde houvera ventos, bruma! -
Com saudade hei de lembrar:
tinha nos lábios o Mar...

Hei de lembrar e sofrer
o que fôr perdendo aqui...
Mas um colo de mulher
tudo merece, e requer
o abandono de si...
Quem me dera que por ti
venha a lembrar e sofrer...

Tu vens de terras de Holanda,
eu venho de Portugal:
cada um de sua banda...
Sabe o Destino o que manda,
quer p'ra bem ou quer p'ra mal...
- Não mais as terras de Holanda
e areias de Portugal!

ROTEIRO João Rui de Sousa /DEA


ROTEIRO

João Rui de Sousa



Meu jeito visionário - meu astrolábio.
Meu ser mirabolante - um alcatruz.
De variadas coisas fiz a minha esperança
e sempre em várias coisas vi a minha cruz.

Aos padrões que em vários pontos encontrei
na rota íntima de vestes tropicais
eu dei as mãos, serenas e intactas,
as minhas dores mais certas e reais.

Nos vários sítios que - abismos -
toldaram minha voz por um olhar,
eu evitei o perigo e os prejuízos
à voz feita de calma, meu cantar.

Aos rasgos que, de outrora, evocados
foram sempre pelo seu valor,
eu dei a minha tez de dúvida e de espanto,
o meu silêncio amargo, o meu calor.

E aos pontos cardeais que em volta, vacilantes,
desalentavam já meu ser cativo,
parei o gesto, roubei o pólo sul da esperança
como lembrança para um dia altivo.


POEMA PARA A NOITE Maria Teresa Horta/DEA


POEMA PARA A NOITE

Maria Teresa Horta

Beijo
o à vontade das mãos
na imagem dos homens

O oceano
por entre o oceano

a paz estagnada
no contôrno dos espelhos

Beijo-te
na terra à secreção
dos passos

ódios redondos
acuado de seios

a noite na espessura
quente
das almofadas sem manhã

a imortalidade
abortada
que mulheres conduzem
prêsas
pelo ventre e saciadas
de filhos

Beijo
o absoluto contido
nos objetos sem casta

a incerteza branca
das paredes
imóveis

a insalubridade arqueada
no silêncio espêsso
das portas sem casas
com jardins malogrados
no início do nada
como se depois das vertentes
árvores fôssem
chuva
ou nuvens fôssem árvores

Beijo-vos
a todos por de dentro
dos lábios

as línguas da areia
nas bôcas das praias

golfos quadrados
de alvorarem
barcos

barcos erectos
agressivos de mastros

A cidade é nossa

Beijo-te
na cidade
nas ruas onde carros
são flores
que crescem em ruídos
de palmas

Beijo-te
na sêde aguda
que gaivotas têm de céu
e de estátuas

estátuas anemia
de cabelos
em patamares de doença

missivas acres
de grades aciduladas

a água é no princípio
das palavras

veia fechada
saliente nas rochas

água vertebrada
com pulmões escondidos

Beijo-te
na água de caules
sucessivos

O grito é um navio
perdido
na memória

Beijo-te
no vidro

searas verdadeiras
de cristal p'lo
ódio

a batalha é o azul
que deixamos atrás

Beijo
a súbita vontade
da vigília dos partos
os suicídios moles
com precipícios vastos

as pedras castradas
nas retinas dos
gatos

horizonte
na distância onde o crime
acontece nas lâminas

Fatos inconcretos
na geometria
do mêdo

as viúvas são laranjas
vestidas
de encarnado

Beijo-te
esquecida na vertigem
das algas

o vento é oblíquo
nas âncoras antecipadas

as lágrimas
são incógnitas
na orgânica dos sons

Introdução às pétalas
na urgência da glória

abelhas saqueadas
na saliva ruiva
em poentes sem vértice
a boiarem na pele rugosamente
opaca
da lua

A nossa vontade
é nos ombros das plantas
orvalho de febre sem objetivo

Beijo-vos
no bosque onde o animal

é a penumbra
e os joelhos da luz

cogumelos de asfalto
no centro de um inverno
sem notícia nem espanto

Beijo-vos
prolongada de gerações
em silêncio

é para nós agora
a vez
das planícies que erguemos
pelas ancas
na curva onde o hálito
é ansiedade no homem

são para nós
as notícias de mortes

necessárias
na simetria do espaço

Beijo-vos
nos pulsos de naufrágio
circulares

a onda é um motivo
assimétrico de revolta

Fronteiras mutiladas
cedo
rente aos cais

Beijo-vos
na vontade de recomeçarmos
os olhos

os cavalos
são paisagens
e o neon é um cavalo
de mergulharmos os dedos

Beijo-vos
a todos nos meus lábios
onde antiguidade de manhã
é gaiola insubmersa
de nunca existirem passos

21 de fev. de 2011

Escrito por Delírios de Poeta/Quanta pedreira a gente enfrentou/DEA

Quanta pedreira a gente enfrentou
Por quantos becos a gente passou
E mesmo assim o amor está grudado

Foi tanto mato que a gente lenhou
E as curvas que a gente derrapou
E mesmo assim o amor está grudado

Brigas e ciúmes
Ventos, temporais
Esse amor resiste a tudo
E muito mais
É absoluto nosso sentimento
É especial a nossa intimidade
Nós sabemos tudo de felicidade
A gente faz amor até em pensamento

Enquanto eu tiver vida a vida assim será
Todo dia um arco-íris de prazer
No planeta Terra ninguém vai achar
Dois apaixonados feito eu e você.

(Autores: Zé Henrique e Ivan Medeiros)

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Escrito por Delírios de Poeta

Em um quarto de hotel /Escrito por Delírios de Poeta/DEA

Em um quarto de hotel
Loucamente apaixonado
Eu estou desesperado
Feito uma estrela sem o céu...

Sei que já é madrugada
E meu sono que não vem
Será que me convém?
Sair assim cortando estrada...

Conversando com a solidão
Prá encontrar um certo alguém
Será que me convém?
Ou tudo acabe, dando em nada...

Se ontem, eu por lá passei
Saudade me apertou
Mas não parei
Minhas mãos grudaram
Firmes no volante
E o carro acelerei...

Eu quis fugir do destino
Fugir da realidade
E sufocando a saudade
Aquela cidade
Fui deixando prá trás...

É que esse meu desatino
É uma mulher envolvente
Amor diferente
Olhar de serpente
É o doce veneno
Que me satisfaz...

Conversando com a solidão
Prá encontrar um certo alguém
Será que me convém
Ou tudo acabe dando em nada...

Se ontem, eu por lá passei
Saudade me apertou
Mas não parei
Minhas mãos grudaram
Firmes no volante
E o carro acelerei...

Eu quis fugir do destino
Fugir da realidade
E sufocando a saudade
Aquela cidade
Fui deixando prá trás...

É que esse meu desatino
É uma mulher envolvente
Amor diferente
Olhar de serpente
É o doce veneno
Que me satisfaz.

(Autor: Ronaldo Viola)



Escrito por Delírios de Poeta

Escrito por Delírios de Poeta TRAVESSEIRO VAZIO /DEA



Fernando Jo

sé da Silva



As noites se tornaram mais frias,
Olho para o lado e abraço o travesseiro vazio.
Nele, ainda o resto do seu perfume
que me faz sonhar.

Tive medo da noite
depois de escurecer
ficando sozinho no quarto
Sentindo falta de você.

Nem mesmo seu perfume no
travesseiro ao lado é capaz de espantar
o termo da falta que você me faz.
Neste quarto sempre noites frias,
E o cheiro do seu perfume ainda no travesseiro,
Me fazendo sonhar.

Sonhar que você ainda virá,
Que ouço o barulho do chuveiro
Então fico esperando você se deitar.
Acordo sempre assustado, ainda meio adormecido,
Sentindo a enorme falta que você me faz.

(Repasse com os devidos créditos)


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Escrito por Delírios de Poeta

Como Palhaço,Autoria: Thais S Francisco/DEA

Como Palhaço, declamei sorrisos,
plantei sementes de alegria em corações endurecidos,
esqueci-me da dor que em minh“alma se aninha..
Como Poeta, pintei emoções, fiz
sonhar os apaixonados, dei asas à emoção,
esqueci-me por momentos, a dor da saudade,
vivendo a inspiração do Palhaço e do Poeta.

Sou como o Poeta,
Sou como o Palhaço,
Artistas que fazem do dia a dia,
O palco de sua vida..!!

Autoria: Thais S Francisco



Escrito por Delírios de Poeta
http://deliriosdepoeta.zip.net/

Encanto-me com as rosas/(Autor: Fernando José da Silva)/DEA

Encanto-me com as rosas,

Não só por sua beleza

ou por seu perfume...

Encanto-me com as rosas,

por saber da enorme

alegria que elas lhe trazem,

quando lhe presenteio.

As rosas são sim uma

Declaração de amor.

Declaração que refaço

No abraço, no beijo de amor.

No encantamento das rosas,

um eterno apaixonar.

E assim como rego as rosas,

Que são pra presentear-te.

Rego também nosso amor,

Que me encanta...

Como as rosas todos os dias.

(Autor: Fernando José da Silva)


Minha Vida,Escrito por Delírios de Poeta/DEA

Minha Vida

Assim é minha vida
Meus deveres
caminham com meu canto.
Sou e não sou:
é esse meu destino.
Não sou,
se não acompanho as dores
dos que sofrem:
são dores minhas.
Porque não posso ser
sem ser de todos,
de todos os calados
e oprimidos.
Venho do povo
e canto para o povo.
Minha poesia
é cântico e castigo.
Me dizem:
"Pertences à sombra".
Talvez, talvez,
porém na luz caminho.
Sou o homem
do pão e do peixe,
e não me encontrarão
entre os livros,
mas com as mulheres
e os homens:
eles me ensinaram o infinito

(Autor: Pablo Neruda)



Escrito por Delírios de Poeta às 23h25

Quero o banco da praça pra ver a lua.//DEA

Quero o banco da praça pra ver a lua.

A calmaria pra te envolver em meu abraço.

O seu olhar provocante pra roubar-te um beijo.

E em meio a carinhos... enamorados.

Quero o teu melhor beijo.

O seu maior carinho.

Sentir seu abraço forte.

E seu corpo colar no meu.

Quero olhar pro seu rosto e te ver sorrir.

Porque é na sua felicidade, que me desfaço.

Do seu sorriso, que depende o meu.

Enamorados...

Quero te levar flores perfumadas.

Trocar beijos apaixonados.

E apenas ser eternamente...

... teu enamorado.

(Autor: Fernando José da Silva)


http://deliriosdepoeta.zip.net/
Escrito por Delírios de Poeta

DEDICANDO ALGUNS POSTS AO AMIGO FERNANDO ,POETA E AMIGO /DEA

http://deliriosdepoeta.zip.net/<<<<<>' FERNANDO' SEU SITE >http://deliriosdepoeta.zip.net/ QUEM QUISER VISITA-LO SINTA-SE A VONTADE UM PERFEITO ,POETA DO ROMANTISMO QUE ESTA LOIRA SEMPRE ADMIROU MUITO OS POEMAS DELES E HJ VOU PODER POSTAR ALGUNS AQUI NOS BLOGS .SEMANA LUSO BRASILEIRA .BRASIL PORTUGAL ,...!!!!!! DEA

Algumas Reflexões Sobre a Mulher ,eugenio de andrade /DEA


Eugénio de Andrade

Algumas Reflexões Sobre a Mulher


Elas são as mães:
rompem do inferno, furam a treva,
arrastando
os seus mantos na poeira das estrelas.


Animais sonâmbulos,
dormem nos rios, na raiz do pão.


Na vulva sombria
é onde fazem o lume:
ali têm casa.
Em segredo, escondem
o latir lancinante dos seus cães.


Nos olhos, o relâmpago
negro do frio.


Longamente bebem
o silencio
nas próprias mãos.


O olhar
desafia as aves:
o seu voo é mais fundo.


Sobre si se debruçam
a escutar
os passos do crepúsculo.


Despem-se ao espelho
para entrarem
nas águas da sombra.


É quando dançam que todos os caminhos
levam ao mar.


São elas que fabricam o mel,
o aroma do luar,
o branco da rosa.


Quando o galo canta
Desprendem-se

Eugénio de Andrade , Rosa do Mundo /DEA

Eugénio de Andrade

Rosa do Mundo


Rosa. Rosa do mundo.
Queimada.
Suja de tanta palavra.


Primeiro orvalho sobre o rosto.
que foi pétala
a pétala lenço de soluços.


Obscena rosa. Repartida
Amada.
Boca ferida, sopro de ninguém.


Quase nada.

Os Pêssegos Eugénio de Andrade/DEA

Eugénio de Andrade

Os Pêssegos


Lembram adolescentes nus:
a doirada pele das nádegas
com marcas de carmim, a penugem
leve, mais encrespada e fulva
em torno do sexo distendido
e fácil, vulnerável aos desejos
de quem só o contempla e não ousa
aproximar dos flancos matinais ,a crepuscular lentidão dos dedos.

O Silêncio,Eugénio de Andrade/DEA


Eugénio de Andrade

O Silêncio


Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,


e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,


quando azuis irrompem
os teus olhos


e procuram
nos meus navegação segura,


é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,


pelo silêncio fascinadas

20 de fev. de 2011

HA PALAVRAS/DEA


Há palavras que esperam que o branco as desnude
para se tornarem transparentes e vazias
A delicadeza da lâmpada é uma oferenda do olvido
a folha flexível é uma luva vegetal para a mão que oscila

Como o abdómen de uma adolescente
a página suscita a fértil fragilidade
de uma caligrafia que se apaga sobre os sulcos da neve
Aí aparece a graciosa metade
em que cintila o pólen da límpida abolição

Escrevo para ser contemporâneo das nuvens
para pertencer à pobre e nua pátria inerte
coberta pelo violento alfabeto dos cláxons
Escrevo para que se levantem os pássaros de areia
e ao pulverizarem-se espalhem a poeira do seu desaparecimento

António Ramos Rosa

UMA MULHER/DEA




Quando uma mulher se despe numa clareira rodeada de arbustos
e sobre uma toalha se estende ao sol o seu desejo é ambíguo
porque não quer ser vista e ao mesmo tempo a sua pele estremece
sob um olhar ausente ou de alguém escondido entre a folhagem
Também a palavra se expõe e oculta no seu fulgor de lâmpada
alimentada pelo fogo obscuro que aspira à nudez solar
Ela inclina-se sobre a água para ver a sua imagem
com o olhar não dela mas de um outro que a move
para ser a presença pura no olhar de ninguém
e poderá ser um dia o de algum leitor que se deslumbra com a sua abstracta nudez
Sem esta duplicidade e sem este puro recato através do silêncio
ela não possuiria o frémito ideal da sua exposição
e seria opaca ou demasiado transparente sem os meandros cintilantes
que a tornam fugidia como um fio de mercúrio
e a sua nudez teria a consistência inerte
de uma pedra sem fogo e sem sal sem o focinho do desejo
Por isso o poema é uma mulher que se enrola na sua nudez
até ser tão redonda como redondo é o ser
com a sua língua bífida entre os lábios do seu sexo

António Ramos Rosa