Suzana M. Motta
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Amor platônico Vivo um amor platônico,mas almejo encontrar-te em meus braços,e assim poder viver em paz. Enigma,é essa a palavra que te resume, pois como pode ter olhos tão belos que são capazes de paralisar-me,como pode voz tão doce que enfeitiça como uma sereia em seu canto de ascensão em auto mar. Teu rosto é indescritível como o céu,tu assim encantas tudo em torno de ti.,ESPERO QUE TDS VCS QUE ME VISITAM SINTAN-SE BEM NO SONHOS E VOLTEM SEMPRE UM BEIJÃO DÉA ROS
Suzana M. Motta
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Suzana Motta
Você sabe quem é a saudade? |
Não!? Pois é, nem eu. Só sei isso... ela é uma companheira implacável, que não gosta de dar folga. Quando aparece se esquece de ir embora, e só vai se a gente faz o que ela quer. |
Você sabe o que ela quer? |
Quem souber me conte, pois a única coisa que sei, é que quando ela aparece algo começa a doer lá no fundinho do coração. Uma falta premente que não se explica, mas que incomoda muito. Uma vontade de ter presente a ausência que nos consome. |
Como fazer ela ir embora??? |
Fazendo o que ela quer, indo ao encontro ou trazendo para perto de nós quem está longe. |
Você, que é o motivo da minha saudade, mande notícias,ou venha pra perto de mim, pois meu coração está chorando de tanta saudade de você. |
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Esta noite você me beijou.
Chegou de repente,
tomou-me em seus braços.
Seus lábios cobriram minha boca,
possessivamente.
Eu, quase sem poder respirar,
tentava corresponder a mesma ânsia
que vinha de você, e
me fazia flutuar.
Aos poucos, senti-me confortável,
transportada a um mundo,
do qual não queria voltar.
Esse enlevo extasiante
dominou-me, e
quando estava plenamente
envolvida nesse longo beijo,
um suspiro prolongado acordou-me...
( para a realidade ).
Suzana Motta |
Herberto Helder Lisboa, Assírio & Alvim, 1995 |
Esta mão que escreve a ardente melancolia da idade é a mesma que se move entre as nascenças da cabeça, que à imagem do mundo aberta de têmpora a têmpora ateia a sumptuosidade do coração. A demência lavra a sua queimadura desde os seus recessos negros onde se formam as estações até ao cimo, nas sedas que se escoam com a largura fluvial da luz e a espuma, ou da noite e as nebulosas e o silêncio todo branco. Os dedos. A montanha desloca-se sobre o coração que se alumia: a língua alumia-se: O mel escurece dentro da veia jugular talhando a garganta. Nesta mão que escreve afunda-se a lua, e de alto a baixo, em tuas grutas obscuras, essa lua tece as ramas de um sangue mais salgado e profundo. E o marfim amadurece na terra como uma constelação. O dia leva-o, a noite traz para junto da cabeça: essa raiz de osso vivo. A idade que escrevo escreve-se num braço fincado em ti, uma veia dentro da tua árvore. Ou um filão ardido de ponto a ponta da figura cavada no espelho. Ou ainda a fenda na fronte por onde começa a estrela animal. Queima-te a espaçosa desarrumação das imagens. E trabalha em ti o suspiro do sangue curvo, um alimento violento cheio da luz entrançada na terra. As mãos carregam a força desde a raiz dos braços a força manobra os dedos ao escrever da idade, uma labareda fechada, a límpida ferida que me atravessa desde essa tua leveza sombria como uma dança até ao poder com que te toco. A mudança. Nenhuma estação é lenta quando te acrescentas na desordem, nenhum astro é tao feroz agarrando toda a cama. Os poros do teu vestido. As palavras que escrevo correndo entre a limalha. A tua boca como um buraco luminoso, arterial. E o grande lugar anatómico em que pulsas como um lençol lavrado. A paixão é voraz, o silêncio alimenta-se fixamente de mel envenenado. E eu escrevo-te toda no cometa que te envolve as ancas como um beijo. Os dias côncavos, os quartos alagados, as noites que crescem nos quartos. É de ouro a paisagem que nasce: eu torço-a entre os braços. E há roupas vivas, o imóvel relâmpago das frutas. O incêndio atrás das noites corta pelo meio o abraço da nossa morte. Os fulcros das caras um pouco loucas engolfadas, entre as mãos sumptuosas. A doçura mata. A luz salta às golfadas. A terra é alta. Tu és o nó de sangue que me sufoca. Dormes na minha insónia como o aroma entre os tendões da madeira fria. És uma faca cravada na minha vida secreta. E como estrelas duplas consanguíneas, luzimos de um para o outro nas trevas. |
A HAROLDO na .............varre .............livros em campos gregos esculpe sozinho
os ossos
o poeta Abilio Terra Junior |
O desejo que em viço os abriu ainda os não beijou | Que estação os espera agora que o verão em seu leve vento os sela em rubor e silêncio? |
cerejas frutos vermelhos provam os lábios a doce doçura! | cereja uma boca a deseja |
Meu coração espraia-se com as ondas perdido de si | Achei uma concha na areia em forma de coração quem o perdeu foste tu ou eu? |
Eu que o achei faço dele uma prenda para que o meu agarre e o teu acenda... | Afinal foram dois um veio após o outro quem sabe se com saudade? |
Cereja ou coração? desejo e sabor água na boca em qualquer estação |
Eugênio de Andrade
Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da nadrugada.
Tu eras água.
Água do mar se te beijava
Alta tôrre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.
Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.
Mas do nome
que maio decorou,
nem a côr
nem o gôsto me ficou.
David Mourão Ferreira
Tu vens de terras de Holanda,
mas tens a carne morena,
E em vez da serena, branda
postura que o Norte manda,
teu corpo se desordena
à carícia, por mais branda...
Tu vens das terras de Holanda...
Eu venho de Portugal:
o mesmo é dizer que venho
de longe, do litoral,
e um sabor, no corpo, a sal
definiu meu Fado estranho.
Aqui me tens, donde venho:
eu venho de Portugal...
Trago nos lábios o Mar,
cheio de vento e de espuma...
E tu mo virás roubar!
- Ai descampados ao ar,
onde houvera ventos, bruma! -
Com saudade hei de lembrar:
tinha nos lábios o Mar...
Hei de lembrar e sofrer
o que fôr perdendo aqui...
Mas um colo de mulher
tudo merece, e requer
o abandono de si...
Quem me dera que por ti
venha a lembrar e sofrer...
Tu vens de terras de Holanda,
eu venho de Portugal:
cada um de sua banda...
Sabe o Destino o que manda,
quer p'ra bem ou quer p'ra mal...
- Não mais as terras de Holanda
e areias de Portugal!
João Rui de Sousa
Meu jeito visionário - meu astrolábio.
Meu ser mirabolante - um alcatruz.
De variadas coisas fiz a minha esperança
e sempre em várias coisas vi a minha cruz.
Aos padrões que em vários pontos encontrei
na rota íntima de vestes tropicais
eu dei as mãos, serenas e intactas,
as minhas dores mais certas e reais.
Nos vários sítios que - abismos -
toldaram minha voz por um olhar,
eu evitei o perigo e os prejuízos
à voz feita de calma, meu cantar.
Aos rasgos que, de outrora, evocados
foram sempre pelo seu valor,
eu dei a minha tez de dúvida e de espanto,
o meu silêncio amargo, o meu calor.
E aos pontos cardeais que em volta, vacilantes,
desalentavam já meu ser cativo,
parei o gesto, roubei o pólo sul da esperança
como lembrança para um dia altivo.
Maria Teresa Horta
Beijo
o à vontade das mãos
na imagem dos homens
O oceano
por entre o oceano
a paz estagnada
no contôrno dos espelhos
Beijo-te
na terra à secreção
dos passos
ódios redondos
acuado de seios
a noite na espessura
quente
das almofadas sem manhã
a imortalidade
abortada
que mulheres conduzem
prêsas
pelo ventre e saciadas
de filhos
Beijo
o absoluto contido
nos objetos sem casta
a incerteza branca
das paredes
imóveis
a insalubridade arqueada
no silêncio espêsso
das portas sem casas
com jardins malogrados
no início do nada
como se depois das vertentes
árvores fôssem
chuva
ou nuvens fôssem árvores
Beijo-vos
a todos por de dentro
dos lábios
as línguas da areia
nas bôcas das praias
golfos quadrados
de alvorarem
barcos
barcos erectos
agressivos de mastros
A cidade é nossa
Beijo-te
na cidade
nas ruas onde carros
são flores
que crescem em ruídos
de palmas
Beijo-te
na sêde aguda
que gaivotas têm de céu
e de estátuas
estátuas anemia
de cabelos
em patamares de doença
missivas acres
de grades aciduladas
a água é no princípio
das palavras
veia fechada
saliente nas rochas
água vertebrada
com pulmões escondidos
Beijo-te
na água de caules
sucessivos
O grito é um navio
perdido
na memória
Beijo-te
no vidro
searas verdadeiras
de cristal p'lo
ódio
a batalha é o azul
que deixamos atrás
Beijo
a súbita vontade
da vigília dos partos
os suicídios moles
com precipícios vastos
as pedras castradas
nas retinas dos
gatos
horizonte
na distância onde o crime
acontece nas lâminas
Fatos inconcretos
na geometria
do mêdo
as viúvas são laranjas
vestidas
de encarnado
Beijo-te
esquecida na vertigem
das algas
o vento é oblíquo
nas âncoras antecipadas
as lágrimas
são incógnitas
na orgânica dos sons
Introdução às pétalas
na urgência da glória
abelhas saqueadas
na saliva ruiva
em poentes sem vértice
a boiarem na pele rugosamente
opaca
da lua
A nossa vontade
é nos ombros das plantas
orvalho de febre sem objetivo
Beijo-vos
no bosque onde o animal
é a penumbra
e os joelhos da luz
cogumelos de asfalto
no centro de um inverno
sem notícia nem espanto
Beijo-vos
prolongada de gerações
em silêncio
é para nós agora
a vez
das planícies que erguemos
pelas ancas
na curva onde o hálito
é ansiedade no homem
são para nós
as notícias de mortes
necessárias
na simetria do espaço
Beijo-vos
nos pulsos de naufrágio
circulares
a onda é um motivo
assimétrico de revolta
Fronteiras mutiladas
cedo
rente aos cais
Beijo-vos
na vontade de recomeçarmos
os olhos
os cavalos
são paisagens
e o neon é um cavalo
de mergulharmos os dedos
Beijo-vos
a todos nos meus lábios
onde antiguidade de manhã
é gaiola insubmersa
de nunca existirem passos
Quanta pedreira a gente enfrentou
Por quantos becos a gente passou
E mesmo assim o amor está grudado
Foi tanto mato que a gente lenhou
E as curvas que a gente derrapou
E mesmo assim o amor está grudado
Brigas e ciúmes
Ventos, temporais
Esse amor resiste a tudo
E muito mais
É absoluto nosso sentimento
É especial a nossa intimidade
Nós sabemos tudo de felicidade
A gente faz amor até em pensamento
Enquanto eu tiver vida a vida assim será
Todo dia um arco-íris de prazer
No planeta Terra ninguém vai achar
Dois apaixonados feito eu e você.
(Autores: Zé Henrique e Ivan Medeiros)
http://deliriosdepoeta.zip.net/Em um quarto de hotel
Loucamente apaixonado
Eu estou desesperado
Feito uma estrela sem o céu...
Sei que já é madrugada
E meu sono que não vem
Será que me convém?
Sair assim cortando estrada...
Conversando com a solidão
Prá encontrar um certo alguém
Será que me convém?
Ou tudo acabe, dando em nada...
Se ontem, eu por lá passei
Saudade me apertou
Mas não parei
Minhas mãos grudaram
Firmes no volante
E o carro acelerei...
Eu quis fugir do destino
Fugir da realidade
E sufocando a saudade
Aquela cidade
Fui deixando prá trás...
É que esse meu desatino
É uma mulher envolvente
Amor diferente
Olhar de serpente
É o doce veneno
Que me satisfaz...
Conversando com a solidão
Prá encontrar um certo alguém
Será que me convém
Ou tudo acabe dando em nada...
Se ontem, eu por lá passei
Saudade me apertou
Mas não parei
Minhas mãos grudaram
Firmes no volante
E o carro acelerei...
Eu quis fugir do destino
Fugir da realidade
E sufocando a saudade
Aquela cidade
Fui deixando prá trás...
É que esse meu desatino
É uma mulher envolvente
Amor diferente
Olhar de serpente
É o doce veneno
Que me satisfaz.
(Autor: Ronaldo Viola)
Fernando Jo
sé da Silva
As noites se tornaram mais frias,
Olho para o lado e abraço o travesseiro vazio.
Nele, ainda o resto do seu perfume
que me faz sonhar.
Tive medo da noite
depois de escurecer
ficando sozinho no quarto
Sentindo falta de você.
Nem mesmo seu perfume no
travesseiro ao lado é capaz de espantar
o termo da falta que você me faz.
Neste quarto sempre noites frias,
E o cheiro do seu perfume ainda no travesseiro,
Me fazendo sonhar.
Sonhar que você ainda virá,
Que ouço o barulho do chuveiro
Então fico esperando você se deitar.
Acordo sempre assustado, ainda meio adormecido,
Sentindo a enorme falta que você me faz.
(Repasse com os devidos créditos)
Como Palhaço, declamei sorrisos,
plantei sementes de alegria em corações endurecidos,
esqueci-me da dor que em minh“alma se aninha..
Como Poeta, pintei emoções, fiz
sonhar os apaixonados, dei asas à emoção,
esqueci-me por momentos, a dor da saudade,
vivendo a inspiração do Palhaço e do Poeta.
Sou como o Poeta,
Sou como o Palhaço,
Artistas que fazem do dia a dia,
O palco de sua vida..!!
Autoria: Thais S Francisco
Encanto-me com as rosas,
Não só por sua beleza
ou por seu perfume...
Encanto-me com as rosas,
por saber da enorme
alegria que elas lhe trazem,
quando lhe presenteio.
As rosas são sim uma
Declaração de amor.
Declaração que refaço
No abraço, no beijo de amor.
No encantamento das rosas,
um eterno apaixonar.
E assim como rego as rosas,
Que são pra presentear-te.
Rego também nosso amor,
Que me encanta...
Como as rosas todos os dias.
(Autor: Fernando José da Silva)
Minha Vida
Assim é minha vida
Meus deveres
caminham com meu canto.
Sou e não sou:
é esse meu destino.
Não sou,
se não acompanho as dores
dos que sofrem:
são dores minhas.
Porque não posso ser
sem ser de todos,
de todos os calados
e oprimidos.
Venho do povo
e canto para o povo.
Minha poesia
é cântico e castigo.
Me dizem:
"Pertences à sombra".
Talvez, talvez,
porém na luz caminho.
Sou o homem
do pão e do peixe,
e não me encontrarão
entre os livros,
mas com as mulheres
e os homens:
eles me ensinaram o infinito
(Autor: Pablo Neruda)
Quero o banco da praça pra ver a lua.
A calmaria pra te envolver em meu abraço.
O seu olhar provocante pra roubar-te um beijo.
E em meio a carinhos... enamorados.
Quero o teu melhor beijo.
O seu maior carinho.
Sentir seu abraço forte.
E seu corpo colar no meu.
Quero olhar pro seu rosto e te ver sorrir.
Porque é na sua felicidade, que me desfaço.
Do seu sorriso, que depende o meu.
Enamorados...
Quero te levar flores perfumadas.
Trocar beijos apaixonados.
E apenas ser eternamente...
... teu enamorado.
(Autor: Fernando José da Silva)
Algumas Reflexões Sobre a Mulher
Elas são as mães:
rompem do inferno, furam a treva,
arrastando
os seus mantos na poeira das estrelas.
Animais sonâmbulos,
dormem nos rios, na raiz do pão.
Na vulva sombria
é onde fazem o lume:
ali têm casa.
Em segredo, escondem
o latir lancinante dos seus cães.
Nos olhos, o relâmpago
negro do frio.
Longamente bebem
o silencio
nas próprias mãos.
O olhar
desafia as aves:
o seu voo é mais fundo.
Sobre si se debruçam
a escutar
os passos do crepúsculo.
Despem-se ao espelho
para entrarem
nas águas da sombra.
É quando dançam que todos os caminhos
levam ao mar.
São elas que fabricam o mel,
o aroma do luar,
o branco da rosa.
Quando o galo canta
Desprendem-se
Rosa do Mundo
Rosa. Rosa do mundo.
Queimada.
Suja de tanta palavra.
Primeiro orvalho sobre o rosto.
que foi pétala
a pétala lenço de soluços.
Obscena rosa. Repartida
Amada.
Boca ferida, sopro de ninguém.
Quase nada.
Os Pêssegos
Lembram adolescentes nus:
a doirada pele das nádegas
com marcas de carmim, a penugem
leve, mais encrespada e fulva
em torno do sexo distendido
e fácil, vulnerável aos desejos
de quem só o contempla e não ousa
aproximar dos flancos matinais ,a crepuscular lentidão dos dedos.
O Silêncio
Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas