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28 de jul. de 2010

MINHA DEPRESSÃO:DÉA ROS

REFLEXÃO SOBRE DEPRESSÃO

 Quando se fala em depressão as metáforas produzidas para se imaginar inevitavelmente remetem-nos ao frio, ao silêncio gelado, ao desaparecimento aparente de qualquer vida. E embora freqüentemente faltem metáforas nas queixas depressivas, devido a uma espécie de exaustão da linguagem, e na falta de coragem de dizer o que realmente sentimos, não é raro escutar os pacientes deprimidos descreverem uma solidão absoluta, de onde teriam desaparecido emoções, desejos e sentimentos, como se a vida tivesse parado. Essa espécie de desumanização à qual o estado deprimido conduz é aterrorizante. E a poderia servir para descrever uma terra privada de seres vivos que nem parecem estarem o que esta acontecendo ao seu lado. Ao descrevendo um psiquismo privado de desejos... Privado de vontade. Um sentimento de “vida”, privada de sentido... Sentimento de inutilidade: De nada adianta fazer qualquer tipo de esforço, já que não há nada a ser feito que me interesse. Nada que valha a pena fazer. Essas palavras me parecem familiares, pois encaro a depressão como uma demissão subjetiva. E de certa forma, a pessoa, ou sujeito, continua a existir. Continua a sobreviver. Porém, por algum motivo, abdica da sua capacidade de desejar, da sua capacidade de fantasiar. Eu por exemplo continua “operacional”, porém – por mais absurdo que possa parecer – pede demissão a si mesmo, do que há de mais absolutamente subjetivo: seu próprio desejo. Na melancolia, onde também há este repouso psíquico, há uma percepção de empobrecimento do mundo interno. Um sentimento de inferioridade em relação ao que existe lá fora do nosso mundo. Também outro aspecto interessante pode ser pontuado:- ser depressivo é diferente de estar deprimido.

 Estar deprimido: é relativamente comum que, pelo menos uma vez na vida, todos nós passemos por uma depressão. Por um momento muito forte de sem sentido. Por um momento de constatar certa insignificância do nosso ser. Por um momento em que nos aproximamos da dor de viver. Uma forte percepção de vazio. Mas isto é uma fase, e como tal, acaba passando.

Já o ser depressivo - significa passar, ao longo da vida, por vários episódios de depressão profunda e sofrer de uma constante dificuldade em encontrar a vontade de viver, interessar-se por alguma coisa, levar algo a diante, é como sempre começar e nunca conseguir finalizar uma tarefa ou um projeto de vida. É assim que me sinto neste momento em que estou escrevendo esse texto. Somos aqueles que não se iludem com mais absolutamente nada. É como se você tivesse andando e todas as coisas fossem se desmoronando atrás de você e você não percebe o tamanho do desmoronamento que esta ao seu redor e o fato é que a constante perda de sentido na fase adulta – nestas pessoas que são depressivas – pode ter surgido na terna infância. São como eu - Elas nem se lembram que viveram esta fase. E quando você acha que não precisa de nada, nem de ajuda ou remidos para sair da depressão e parar. E tudo recomeça os medos de andar na rua, pensamentos negativos, pavor das coisas e das pessoas, sentimentos de incapacidade, desanimo, falta de vontade de fazer qualquer coisa. É como se você vivesse em um mundo redondo igual ao um ovo bem pequeno sem portas e janelas para ver o que acontece no exterior. :.>>>>>>>    QUEM SABE ESTE AI NÃO SEJA O MEU INTERIOR :DÉA ROS

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