Pages

8 de jun. de 2010

A VISITA DA VERDADE: DEA

A visita da verdade
Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira, vivia um homem muito simples que implorava o socorro Divino. 

Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira moral, sentia-se o melhor de todos. 

Reclamava do ambiente fétido em que se encontrava. 

O ar pestilento o sufocava. 

Pedia a Deus uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio do dia claro. 

Afirmava-se robusto, apto, capaz. 

Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso, em atmosfera tão insuportável? 

Suas súplicas, entre a revolta e a amargura, foram percebidas por Deus que, profundamente compadecido, enviou-lhe a Fé. 

A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a persistir na oração. 

O infeliz consolou-se mas, logo em seguida, voltou a lamuriar-se. 

Queria fugir, desistir, abandonar a vida, e como suas lágrimas aumentavam, Deus mandou-lhe a Esperança. 

A emissária divina afagou-lhe a fronte e falou-lhe da eternidade da vida, buscando secar-lhe o pranto desesperado. 

Rogou-lhe calma, resignação e fortaleza. 

O pobre homem pareceu melhorar, mas, decorrido algum tempo, voltou à lamentação. 

Comovido, o Senhor da Vida determinou que a Caridade o procurasse. 

A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o. 

Endereçou-lhe palavras de carinho e amparou-o, como se fosse abnegada mãe. 

Todavia, o infeliz persistia gritando, revoltado. 

Foi então que Deus enviou-lhe a Verdade. 

Quando a portadora do esclarecimento se fez sentir na forma de uma grande luz, o infortunado, pela primeira vez na vida, viu-se tal qual era e apavorou-se. 

Seu corpo estava coberto de chagas, da cabeça aos pés. 

Agora, somente agora, ele percebia, espantado, que ele mesmo era o responsável pela atmosfera intolerável em que vivia. 

Tremeu cambaleante e horrorizou-se de si mesmo. 

Sem coragem de encarar a sublime visitante que lhe abria a porta da libertação, fugiu apavorado, em busca de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então reconhecia. 

Assim ocorre com a maioria dos homens perante a realidade. 

Sentem-se com direito a receber todas as bênçãos do Pai Eterno e gritam fortemente, implorando a ajuda celestial. 

Enquanto amparados pela Fé, pela Esperança ou pela Caridade, consolam-se e desesperam-se, crêem e descrêem, tímidos, irritadiços e hesitantes. 

Quando a Verdade, porém, brilha diante deles, revelando-lhes a real condição em que se encontram, costumam fugir apressados, em busca de esconderijos, nos quais possam cultivar a ilusão. 

* * * 

Em uma ocasião Jesus disse que somente a Verdade fará livre o homem. 

Acostumemo-nos, pois, à sublime luz da Verdade, reconhecendo em nós mesmos as causas de nossas desditas e busquemos, corajosamente, meios de alcançar, de modo definitivo, nossa libertação.
 

Autor:
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 25 do livro Jesus no lar, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Som de Fundo:

0 comentários:

Postar um comentário