Vagina I
Teus lábios, doce mel de frutas sazonais, se oferecem livres ao desfrutar dos beijos.
Tua boca molhada, ostra aberta ao desejo, saliva de todas delícias. A flor de todas carícias tuas pétalas ficam expostas aos meus sentidos.
Abre-se, jardim das virtudes, fazendo-se carne e despeja sobre mim tua água farta.
O calor de teus ermos, o vale de tua sombra, transmite-me, dentro de ti, a dádiva profana da terra onde todos os frutos habitam e se depositam todas as sementes.
Sabe-se que tu, mulher, antes de mais nada tens a vagina preparada para afirmar-te fêmea a qualquer tempo.
II
Tenho a ânsia infinita de te possuir até o fundo, sem qualquer constrangimento. E ao mesmo tempo quero fazer-te sentir -se, então, senhora nem que por um momento.
Em meio à faina, meio da batalha. Espada em riste, sem traço de clemência. Afasto as portas de tua residência e cravo tudo rompendo a tua malha.
E ao sentir-se tão fundo lancetada tua vagina entrega-se de todo, vibra por dentro, toda encharcada e me domina enquanto eu a fodo.
E a luta afasta de nós todas as éticas no afã de possuir a alma alheia. Uma ciranda entoada sem poéticas, uma charanga expressa em carne, nervo e veia.
E eu te domo, gazela desfreada. E eu te como, boceta enfurecida. Eu te quero assim, escancarada, pra despejar em ti a minha vida.
E se aproxima a última estocada o frenesi expresso, uníssono dueto tua boceta me traga esfaimada e te devoro no teu fundo aposento.
Mas num momento em que tudo é mais tudo, como se fizesse a morte inquilina. nesse instante supremo eu fico mudo e me rendo, inteiro, em tua vagina. |
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