QUE HOMEM É ESSE?
QUE HOMEM É ESSE?
Que homem é esse que me invade?
Surge do nada e em mim se instá-la
caiaque que desliza em meu sangue
Cativa minha natureza empático abade
Olhar de que já sabe antecipa minha fala
Um rito sedutor que me molha em transe
Que homem é esse que me persegue?
Tira em dois versos o domínio de mim
e leva-me a burlar meu próprio voto
pelo singelo prazer de me vir entregue
E me faz rosa, flor de Liz e jasmim
Sonho ser despida e amada no solo
Que homem é esse que me pede?
Insolente como quem não me quer
Indulgente de sabor romântico
Faz-se eterno o instante breve
Faz-se profundo meu ser mulher
Um mergulho de amor Límpido
Que homem é esse que me cega?
Que faz do profano o sagrado
Insegurança transforma em arte
Gentil anárquico e rude me pega
Que faz desse homem amado
Causador do desejo que arde
Que homem é esse que odeio?
Que parece ter parte com diabo
Que faz festa com meus infernos
meus fervores principio dos anseios
Da vida ao meu pecado sonhado
E a moral impune em flagelos
Que homem é esse que quero deletar?
Em prol de tudo que acho correto
Mantedora das rotineiras situações
Que bate de frente sem indagar
Qualquer argumento do alfabeto
Com atos e furor de vividos tesões
Que homem é esse que nunca toquei?
E sinto a ponto de me deixar impotente
A voz que arrepia sem nunca ter ouvido
Ele sabe de mim que nem eu mesma sei
A quem eu me abrirei e clamo que entre
E como selvagem libero meus sentidos.
Sérgio Cumino
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