ABSORÇÃO INTIMA
ABSORÇÃO INTIMA
No recluso do quarto alado
Ela sente a solidão orquestrada
Em veios por pensamentos viu
Na busca da satisfação ausente
No tumulto intimo do silencio
Sob a luz do abajur azulado
Responde ao vento vindo da rua
roga a boca que provoca arrepios
lábios que sabe sussurrar o que sente
Mesmo fechada como as janelas
Sobre o lençol, o corpo pede o amado
Em devaneios sublimes seminua
Que por trás de suas persianas
Sente seus murmúrios como assovios
Mágicos penetrantes a sua alcova
Abotoada ao invasor imbecil
Mas ao calor mágico atende o chamado
Recriando seu corpo belo ardente
Ao qual reserva fresta que lhe resta
Esta na medida para romper a sela
Entregue a vontade que a rouba
No frisson, torna pernas em tranças
O que põe a bailar o brilho da vela
E a coreografia do corpo sobre a cama
Rola e embola aos sonhos assanha
Evoca a imagem que o desejo empresta
sensualidade e cheiro dos cabelos a cada fio
são signos aquece mulher fatal e bela
No silencio do seu aposento cresce a chama
Suas unhas sobre o lençol branco arranham
o corpo imaginário do amado sem arestas
Que tempera seus pedidos e desejos com cio
Fica louca selvagem e nada mais que a prenda
vivencia o sopro sonhos e façanhas
Entrega a singular orgia asceta
Que faz suas coxas lisas emanar seu rio
E úmida acorda o bico das mamas
Dedilha o ventre do tesão que orquestra
A mão que escorrega louca sem meta
Abusada e tarada sob vermelhas rendas
Sérgio Cumino
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