Jenário de Fátima
Dores de amor é mal que não se evita, Que não se corta, mal que não se doma. Quando acontece, rouba, furta, toma Toda alegria que num peito habita. A partir dele tudo se conflita. Tudo embolora, tudo perde o aroma. Um mal que chega e ao primeiro sintoma Um caos se desmorona n´alma aflita Somente o tempo a este mal dá cura, Mas entrementes, cola em nossos traços, Profundas rugas, marcas da tortura, De quando a dor delimitava espaços, E quando sai deixa a triste figura, De muitos sonhos feitos aos pedaços. ©Jenário de Fatima |
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