Nuvens negras
As nuvens negras esmagam
Tudo o que por baixo mora
Almas que cedo naufragam
Nas vagas da vida fora
E as casas e as ruas
E as florestas vazias
E os troncos das árvores nuas
E as noites e os dias
Esmagam as flores nos prados
A relva seca, as geadas
Os mendigos esfomeados
E as pessoas caladas
Esmagam o interior dos lares
E as gaiolas do trabalho
Restaurantes, cafés, bares
A estrada recta, o atalho
E é de tal forma potente
A força rude dos céus
Que além de esmagar a gente
Esmaga a ideia de Deus
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