Amputações
Dr. Marco Guedes é médico ortopedista e dirige, em São Paulo, o Centro Marian Weiss especializado no trabalho com amputados, tanto no que se refere à parte cirúrgica quanto à reabilitação.
Amputação talvez tenha sido um dos primeiros tipos de cirurgia na história da Medicina. Nas guerras, quando as pessoas perdiam parte dos pés, das pernas ou dos braços, esses membros eram amputados sem anestesia, de forma cruenta, na tentativa muitas vezes frustrada de salvar a vida desses pacientes. De algum modo, herdamos um pouco a visão desse impacto causado pelas primeiras amputações, embora na medicina moderna elas tenham significado e indicação absolutamente diferente das intervenções realizadas no passado.
Hoje, a amputação pode representar a única possibilidade de a pessoa voltar a andar, de reassumir suas atividades e de levar vida absolutamente normal.
- Histórico das amputações
Drauzio – Você poderia traçar um breve panorama da história das amputações na medicina?
Marco Guedes – A palavra amputação nos remete às primeiras tentativas de interferência cirúrgica de um ser humano sobre o outro. A primeira amputação foi descrita por Hipócrates, na Grécia Antiga. Era um caso de desarticulação do joelho.
Em torno do ano 100 d.C., se não me engano, Celsius descreveu a inflamação atribuindo-lhe as características de calor, rubor, tumor e dor (descrição até hoje válida e aceita) e descreveu também a ligadura dos vasos na cirurgia de amputação. Na Idade Média, porém, esses ensinamentos se perderam. Foram anos obscuros, em que o conhecimento esteve enclausurado nas mãos dos monges nos conventos religiosos, e voltou-se a praticar a cauterização, um método bárbaro de estancar sangramentos e hemorragias com óleo fervendo ou ferro quente.
Foi só em 1510 que Ambroise Paré, um eminente cirurgião militar francês, resgatou a técnica da ligadura de vasos, o que permitiu alcançar melhores resultados e maior chance de sobrevivência nas cirurgias de amputação. Atribui-se a Paré, por exemplo, o primeiro sucesso na amputação acima do joelho que é feita através de grandes massas musculares e numa região onde existem vasos e artérias calibrosas. Há uma imagem lindíssima dele num campo de batalha, executando amputação transfemural, tendo ao lado um auxiliar que segura os fios de sutura na mão. Naquela época, os bons cirurgiões viviam com a roupa suja de sangue, com os fios e os instrumentos cirúrgicos pendurados pelo corpo. Não se conhecia antissepsia nem se imaginava que bactérias poderiam existir.
Houve tempos, por exemplo, em que para evitar a dor, a amputação era feita através dos tecidos não sadios, dos tecidos necrosados, sem vitalidade. Quando se abandonou essa técnica e passou-se a fazer a amputação através do tecido sangrante, cortando o osso e as partes moles, que voltavam a revestir o osso, a sobrevida dos pacientes aumentou muito.
Drauzio – Essas cirurgias eram cruentas. Como a pessoa agüentava tanta dor?
Marco Guedes – O tempo de cirurgia era fundamental, porque a dor prolongada representava um sofrimento tão grande que o paciente podia entrar em choque e morrer.
Para evitar que isso acontecesse, as cirurgias tinham de ser muito rápidas. Corre até a história de um certo cirurgião inglês que amputava em menos de um minuto para minimizar o sofrimento. Certa feita agiu tão depressa que cortou o dedo do ajudante que estava segurando a perna do paciente. O final foi triste. Morreu o operado, morreu o ajudante porque fez uma gangrena e, mais tarde, morreu o cirurgião, vítima de um ferimento adquirido durante um procedimento desse tipo.
A coisa só começou a evoluir quando se tornaram conhecidas as técnicas de assepsia e antissepsia. Para dar uma idéia, quem começou a fumigar antisséptico em sala cirúrgica foi Lister, em 1850. Ele era casado com a filha de Syme, um grande especialista em amputações que, em 1848, descreveu a técnica de amputação através do tornozelo que continua sendo adotada até hoje. >> VOLTAREI COM MAIS DETALHES DURANTE ESTES DIAS SOBRE ESTE ASSUNTO E TB SOBRE PROBLEMAS 'RENAIS ' POIS ME INTERESSO MUITO EM SABER DE VERDADE QUAIS OS MOTIVOS E DOENÇAS QUE NOS LEVAM A 'AMPUTARMOS PARTES DE NOSSOS CORPOS E AS DOENÇAS 'RENAIS ' TB ABRAÇOS :DEA
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